“O uso da ferramenta não é coaching, pois o coach procura a grandeza do cliente.”
Eliana Dutra, no seu livro “Coaching: O que você precisa saber”, citando Margaret Krigbaum.
Quais os limites e/ou cuidados que devemos ter no uso de ferramentas no coaching? O que o coach precisa atentar ao usar a sua “caixa de ferramentas” no processo de coaching? Esses são alguns questionamentos que convido você, leitor, a fazer, antes de começar a leitura desse artigo. Não tenho a pretensão de esgotar o assunto, mas de gerar reflexão do que é importante considerar no exercício da atividade que o coach profissional estabelece na relação de parceria com seus clientes.
Para a produção desse artigo, pesquisei na internet, em livros, artigos nacionais e internacionais e pude constatar que ainda pouco material é produzido para elucidar sobre os limites no uso de ferramentas no coaching. Todavia, na proporção inversa, encontrei muitos autores publicando uma enorme variedade de tipos de ferramentas para uso em coaching.
A palavra “ferramenta” tem vários significados, dos quais escolhi uma definição que nos ajuda a entender a palavra num conceito figurado: “meio que se emprega para realizar determinado objetivo; instrumento, conjunto de instrumentos; meio para alcançar um fim.”
Coaching na definição da International Coach Federation, “é uma parceria entre o coach e o coachee, em um processo estimulante e criativo que os inspira a maximizar o seu potencial pessoal e profissional, na busca do alcance dos seus objetivos e metas através do desenvolvimento de novos e mais efetivos comportamentos.”
O coaching pode auxiliar as pessoas a ampliar sua consciência sobre seus hábitos e comportamentos e desenvolver novas maneiras de lidar com as situações, como também reforçar novos padrões de comportamento.
Com o aumento da popularidade do coaching nas últimas décadas, o número de ferramentas também tem aumentado e vem sendo adotadas por empresas e indivíduos. Tenho visto muitos coaches e até cursos de formação em coaching, que focam basicamente em ferramentas.
Quando fiz minha primeira formação em coaching, comecei a me deparar com as diversas ferramentas que via no curso e nos livros de coaching e foi complicado me adaptar, pois ficava presa à metodologia que havia aprendido e preocupada em preencher o tempo da sessão com múltiplos recursos e técnicas a fim de tornar a sessão dinâmica e estimulante. Apesar de minha intenção ser a melhor, estava mais focada em meu desempenho e em dominar as ferramentas, do que no que realmente interessava ao meu cliente naquele momento. Aos poucos fui aprendendo, com os feedbacks que recebia, a ser mais flexível e a me orientar pela agenda do meu cliente, daquilo que ele necessitava ou escolhia trabalhar na sessão. Mentoria e supervisão, somadas a muito estudo e prática tem me tornado, a cada dia, a melhor coach que eu posso ser.