Nossa coach Maria nos traz o seguinte caso: tenho um coachee que não para de falar! Ele trabalha em uma empresa de varejo e foi promovido a gerente o ano passado. O objetivo do processo de coaching é ele se apropriar dessa nova posição, ou seja, liderar sua equipe de noventa pessoas, ser mais estratégico e menos mão na massa. Percebo que ele está super ansioso, e outro dia falou tanto que nossa sessão de uma hora foi estendida a duas horas. Não interrompo porque acho que ele precisa de acolhimento, mas será que é o melhor para ele?
Maria, a pergunta que você faz é fundamental para a reflexão sobre seu caso: acolher seu cliente é fundamental, importantíssimo, mas pode não ser o único movimento nesse processo de coaching. Para que seu cliente aproveite todo seu potencial de desenvolvimento é importante que você tenha coragem de desafiá-lo.
Susan Alvey e Kathleem Barclay (2007) pesquisaram como a confiança entre coachee e coachee é construída e propõem que além de questões como honrar a confidencialidade e contratar papéis e objetivos, dois movimentos da coach são também importantes: confirmar e desafiar. Comportamentos de confirmação dizem respeito a acolher a vulnerabilidade do cliente, sem julgamento. Ao mesmo tempo, segundo as autoras, a confiança entre coachee e coach também prospera à medida que a coach dá à coachee feedback claro e objetivo, ou seja, desafia a cliente para que ela se desenvolva.