Quando um ser humano olha de forma comprometida a sua própria história de vida, observa que ela não é uma simples sucessão de fatos e datas, mas um caminho de desenvolvimento que passa por diversos aspectos como saúde, aprendizado, profissão, processo de busca de emancipação e autonomia. Todos estes aspectos apenas são possíveis através dos encontros. Se olharmos, não do ponto de vista materialista, existe a percepção de que todos os encontros são cármicos.
A palavra carma é muito conhecida hoje em dia. Até alguns anos atrás, apenas nos meios esotéricos se usava essa palavra. Hoje ela está no vulgo comum, embora geralmente as pessoas que a utilizem não saibam profundamente o que significa. Por isso, é uma palavra que carrega, muitas vezes, a ideia de algo negativo, o que pode ser verificado através das expressões “essa pessoa é o meu carma”, “essa situação é meu carma”.
Em muitas tradições o conceito de carma tem diferentes visões, algumas mais vinculadas a culpa, pagamento ou castigo.
Rudolf Steiner aborda esta questão em muitas conferências. Portanto, existe vasta literatura a respeito do tema e não caberia neste artigo abordarmos profundamente todas as implicações e aspectos ligados ao carma.
Gostaria de abordar o tema por um ponto de vista que nos ajudará a entender a questão dos encontros. Nesse sentido poderíamos falar do carma como uma necessidade.
Se procurarmos os significados da palavra “necessidade” no dicionário, encontraremos: o que é indispensável ou imprescindível; imposição.
Portanto, olhando a vida prática, nós podemos observar várias necessidades às quais os seres vivos se submetem. A primeira necessidade é a de sobrevivência que inclui busca de alimento, proteção, manutenção da espécie.
Como seres humanos também necessitamos de amor, de um ninho. Mas a maior necessidade do ser humano é a de se expressar no mundo. Para que isto ocorra necessitamos de aprender com os as pessoas que nos antecedem na vida.
Em todas essas situações, necessárias ao desenvolvimento humano, percebemos que é preciso encontrar outros seres humanos para que se possa cumprir a tarefa individual na Terra.