“Em algumas áreas do mundo corporativo,
inclusive
a de Coaching Executivo,
existem riscos relacionados
com o uso da tecnologia de conexão.”
John Mattone (2018)
A tecnologia da comunicação é hoje vital para as interações de trabalho e sua utilização tem crescido exponencialmente no meio corporativo.
O uso de smartphones cada vez mais sofisticados, áudio e vídeo conferências, mensagens instantâneas, comunidades online e demais alternativas para o trabalho colaborativo à distância tornou-se comum.
Equipes virtuais atuam remotamente, reuniões e encontros são realizados à distância, agilizam-se contatos, decisões e iniciativas, eliminam-se viagens, otimiza-se o uso do tempo. A comunicação virtual, quando adequadamente utilizada, tornou-se um fator que tende a elevar a performance das pessoas, das equipes e das organizações como um todo.
No caso específico do Coaching Executivo e Empresarial, (EE) , o uso da tecnologia tem provocado alguns debates que merecem a atenção, tanto dos coaches quanto dos coachees e dos stakeholders Alguns posicionamentos exaltam as vantagens do uso da tecnologia da comunicação em processos de Coaching EE, enquanto outros alertam para os eventuais riscos/limitações.
Ambos os posicionamentos são relevantes, pois contribuem para a análise dos prós e contras da utilização do chamado Coaching Virtual nos processos de Coaching EE.
Entendemos o Coaching Virtual como um processo um-a-um, não presencial, intermediado por recursos tecnológicos que transmitem som e/ou imagem ao vivo e cujo conteúdo é acessível somente a dupla coach/coachee, condição esta que possibilita preservar o sigilo das sessões.
O Coaching Virtual tem sido utilizado por alguns coaches executivos e empresariais desde os seus primórdios. É o caso do telecoaching, uma alternativa frequentemente utilizada para transpor a barreira das distâncias, desde a época que antecedeu as novas alternativas disponibilizados pela atual tecnologia da comunicação.
Coaches tais como Thomas Leonard, fundador do Coachville e da ICF, falecido em 2003 e Marshall Goldsmith (ver Pascal et al, 2015, p. 2), profissional mundialmente conhecido, serviram-se do coaching virtual em seus trabalhos. Clutterbuck e Hussain, (2010) registram que coaching via telefone já era uma prática comum nos USA na primeira década do século XXI.
Entendido desta forma, o coaching virtual poderá, em alguns casos, ser compatibilizado com os objetivos, a prática e os princípios da Ética Profissional que regem o processo do Coaching EE, viabilizando assim sessões à distância.
Entretanto, poucas são as pesquisas sistemáticas disponíveis sobre este procedimento. Existem relatos de natureza informal, com base na prática de inúmeros Coaches EE que indicam que o Coaching Virtual, se conduzido de forma competente e adequada, poderá ser eficaz.
No caso do Coaching EE, existem alguns fatores específicos a considerar, uma vez que envolvem, além do Coach e do Coachee, os stakeholders, entre os quais o superior imediato e/ou o representante do RH, que gerem as questões relacionadas com as demandas da organização, com o acompanhamento do processo de coaching e com as especificidades do contexto organizacional.