“Coaching Executivo é um processo complexo e delicado que envolve relacionamentos multidimensionais entre indivíduo, organização e coach”
R. Orenstein ( 2002)
A preocupação com os fatores que interferem negativamente nos resultados dos processos de coaching executivo é um aspecto presente desde os primórdios do desenvolvimento desta intervenção.
Hudson (1999, pg. 24) já comentava a “resistência do cliente” que ele considerava como “pedras que obstruem o processo”, ressaltando a importância da relação coach/ coachee e o “comprometimento com o propósito do processo de coaching” (p.29).
Zeus e Skiffington (2000, p.71) citam vários fatores que interferem negativamente nos processos de coaching relacionados com o coach, tais como:
Tendencia a apresentar soluções simplistas para questões complexas.
# Busca de resultados a curto prazo.
# Diretividade no processo de coaching
# Não perceber a falta de apoio e de recursos disponibilizados pela Organização
# Falta de autoconhecimento do coach
Segundo Kilburg (2002, P. 289) “falhas em coaching ocorrem quando, na opinião de todos os envolvidos, o cliente deixou de alcançar uma melhoria substancial nas áreas da meta para a qual o coaching foi contratado”.
Dentre os fatores que contribuem para os resultados negativos, Kilburg indica os seguintes:
1 - Relacionados ao cliente (coachee):
Dificuldades psicológicas, problemas interpessoais sérios, falta de motivação, expectativas irrealistas do coach ou do processo de coaching, falhas no acompanhamento do processo.
2 - Relacionados ao coach:
Falta de empatia com o cliente (coachee), falta de experiência ou de interesse pelos problemas ou questões do cliente, subavaliação da severidade das dificuldades do cliente e superavaliação da competência do coach, limitações técnicas do coach.
Noer (2002) indica três fatores relacionados com o coach que levam a erros no processo de coaching:
1. Falta de clareza sobre quem é o cliente
2. Coaching como uma solução à procura de um problema
3. Criação de relacionamentos de dependência coach/coachee
Marshall (2006), em sua tese de doutoramento, realizou uma pesquisa com 19 coaches certificados e com experiência variando entre 5 e 20 anos. Investigou a percepção destes a respeito dos fatores que causam insucesso nos processos de coaching.
Trata-se de um levantamento sistemático com o objetivo de expandir o conhecimento sobre como os coaches viam a sua prática e identificar os fatores de interrupção e/ou sucesso dos resultados do processo de coaching.
Os fatores de interrupção do processo identificados foram agrupados nas seguintes categorias:
1. Dificuldades de ordem terapêutica:
estas foram a razões mais citadas do insucesso do coaching. Os entrevistados indicaram terapia para os coachees em virtude de reações de raiva, uso excessivo de álcool, dificuldades na dinâmica familiar, baixa autoestima, falta de continuidade do processo de coaching.