A Lei de Cotas que garante a reserva de vagas para pessoas com deficiência no mercado de trabalho completou 33 anos em 2024, e o Brasil ainda cumpre apenas 49,81% das vagas reservadas.
Meu nome é Maite, sou Psicóloga de formação e há 12 anos trabalho com a temática da inclusão em diversos contextos, mas principalmente apoiando grandes empresas a construírem ambientes mais inclusivos e assegurarem o cumprimento da cota legal.
Nas mais diversas empresas pelas quais passei, das inúmeras pessoas que já participaram de momentos de treinamento comigo, sempre ouço as mesmas crenças:
● Não existem pessoas com deficiência suficientes no mercado (atualmente, são 8,9% da população);
● As pessoas com deficiência não estão qualificadas (o número de pessoas com deficiência nas universidade cresceu 70%);
● As empresas não têm acessibilidade para receber as pessoas (não podemos esperar obras faraônicas para começar a incluir, isso demoraria, pelo menos, mais 33 anos; nem todas as pessoas com deficiência precisam de adaptação arquitetônica).
Outra fala recorrente que chega a mim, é que as empresas não estão preparadas para receberem as pessoas. Muitos profissionais, tanto de Recursos Humanos, como lideranças, não têm conhecimento sobre o tema e por vezes sentem que incluir é um desafio que eles não conseguem enfrentar.
A verdade é que, apenas quando nos desafiamos a incluir, é que aprendemos sobre inclusão. É clichê, mas não existe receita de bolo. É só na convivência, no estar juntos que transformamos nossa cultura em uma cultura inclusiva de fato.
O capacitismo ainda se coloca como a principal barreira para a inclusão, esta crença errônea sobre as capacidades e habilidades das pessoas com deficiência. Quando pessoas com deficiência participam de processos seletivos, muitas vezes se deparam com empregadores que, por conta de seus preconceitos, perdem talentos, desqualificando profissionais com deficiência antes mesmo de os conhecerem.