Vivemos uma cultura que estimula a competição de muitas maneiras e que, de algum modo, nos afasta da nossa essência de solidariedade, de cooperação e das relações ganha-ganha, enfim, afasta-nos da nossa humanidade, pois nesse tipo de ambiente tão presente em muitas organizações e na sociedade, alguns se julgam melhores e superiores a outros e em nome dessa “supremacia”, atentam contra os demais, descartando e excluindo o outro, muitas vezes visto como adversário e lhe negando a possibilidade de realização.
Penso que se trata do aspecto mais cruel da competitividade que permite “educar” para vencer o outro, muitas vezes a qualquer preço, quando se deveria educar para ser humano e competente. A regra perversa do jogo já define previamente quem será o vencedor: o competitivo, e os que perdem são excluídos. Tal qual está organizado o jogo – como denuncia o filósofo Michael J. Sandel em sua obra -, não existe possibilidade para todos ganhem. Assim ele sustenta que é preciso desafiar a arrogância meritocrática e repensar o significado do sucesso.