Nosso modo de viver a vida como indivíduos diz muito a respeito dos valores que defendemos. O mundo precisa de pessoas que sejam diferentes e que atuem de um modo que demonstre responsabilidade pelo todo.
John Renesch
Com certa frequência tem sido publicadas pesquisas globais sobre problemas críticos com relação à má gestão das organizações, ambientes de trabalho tóxicos na maioria das vezes provocados por gestores e gestoras que ainda trabalham no obsoleto modelo de comando e controle e vivem a esquizofrenia de separar “vida pessoal de vida profissional”.
Os ventos da mudança ainda não atingiram algumas pessoas que permanecem com a mentalidade arcaica da primeira revolução industrial, não obstante os efeitos nefastos desse modelo que afeta milhões de vidas e destrói o ambiente natural colocando em risco a biodiversidade, além do desrespeito aos princípios éticos universais que devem reger a conduta de todas as pessoas, especialmente daqueles e daquelas que ocupam posições de liderança que deveriam ser exemplares para todas as pessoas, nas organizações e na sociedade.
Há décadas que proeminentes pensadores da administração têm preconizado que esse modelo é insustentável e defendido com sólidos argumentos e exemplos que é urgente revermos nossa conduta na gestão dos negócios e de pessoas.
Atingimos um nível de consciência que exige uma transformação radical na maneira de liderar e de obter resultados, antes compreendido apenas pelo viés tecnicista, fruto do modelo cartesiano-mecanicista-reducionista que, se trouxe contribuições para o desenvolvimento da tecnociência, os males causados já são suficientes para dar um basta nessa maneira de pensar e agir.
Observamos que nas últimas décadas vem consolidando em todo o mundo uma nova visão de liderança e de negócios que sustenta que não basta para as organizações serem lucrativas se também não cuidarem das pessoas, além do cuidado com o planeta. Podemos afirmar que adentramos em uma nova era que é regida pelos princípios da Sabedoria, dos Valores que levam em conta a dignidade de todos os seres vivos e, portanto, em nome desses princípios fundamentais precisamos rever o que se entende por liderança, gestão, resultados e vantagem competitiva.
Importa enfatizar que a liderança humanizada não é apenas anunciar os valores da organização, mas, sobretudo, torná-los a bússola que orienta a conduta de todos e dá sustentação às práticas, políticas e comportamentos capazes de promover um ambiente saudável e sustentável.