Nossa coach Maria nos traz o seguinte caso: estou muito honrada por ter sido escolhida para ser a coach de um cliente especial. Ele já realizou coisas incríveis, é um homem maduro, referência em seu setor. Nas três sessões de coaching que já tivemos algumas vezes percebo que estou embevecida com a fala dele. Fiz entrevistas com stakeholders que se relacionam com ele e há temas que ele pode trabalhar para se desenvolver. Sinto que não estou proporcionando o melhor processo de coaching a meu cliente. O que fazer?
Cara Maria, o nome para o caso que você traz é deferência, ou seja, uma postura de consideração e respeito que pode tangenciar obediência e acatamento àqueles percebidos como superiores. Esse é um fenômeno que pode permear as relações entre a cliente e a coach, prejudicando o desenvolvimento da cliente e roubando da coach sua presença (Pliopas, 2018). Ao ficar inebriada por seu cliente, pelas realizações que ele conquistou e pelo lugar de notoriedade que ocupa, você o coloca em uma posição superior a você, e nesse lugar não há bom coaching. Um bom processo de coaching ocorre com cliente e coach trabalhando lado a lado, com foco no que a cliente deseja trabalhar.