O melhor será encontrar uma utilização ótima da tecnologia, não eliminá-la, mas também não pressupor que ela poderá substituir as competências humanas

K. Toyama (2015, p.10))

Existem inúmeros estudos sobre a demanda crescente de “soft skills” no mundo empresarial, mas apesar disso não existe uma definição consensada sobre este conceito, seus componentes e nem clareza sobre como desenvolvê-los.

O que são soft skills e qual o seu papel em processos de coaching executivo e empresarial, também denominado, de forma genérica, de coaching no trabalho?

Embora o conhecimento sobre comportamento humano continue em expansão, há áreas que requerem maior aprofundamento, como é o caso dos chamados soft skills, termo utilizado para descrever “competências não tecnológicas e não quantificáveis” (Altman, 2022. P.1).

O avanço da ciência tem contribuído para ampliar o número de perguntas e trazer algumas respostas para a compreensão do processo de interação humana. Esta envolve um complexo conjunto de fatores de ordem individual e sociocultural, bem como da história de vida específica de cada ser humano.

Como ressalta Altman (2022, p. 2), vários dos fatores denominados de soft skills tem sido chamados de competências, isto é, “qualidades e habilidades identificadas como desejáveis, ou mesmo necessárias, para preencher uma função profissional ou de posição no trabalho”

Nos últimos anos, entretanto, vários estudiosos têm criticada o uso da expressão “soft skills”, vista como inadequada para identificar estas competências/habilidades/capacidades/ aptidões difíceis de diagnosticar, descrever e desenvolver, uma vez que se referem a um conjunto de características nem sempre identificáveis.  

Para Altman (2022, p.2) “ o mundo dos negócios ainda parece resistente ao fato inegável de que o cérebro é primeiro e acima de tudo – um cérebro social.”

Segundo a autora, os soft skills incluem os seguintes elementos:

# Autoconsciência

# Consciência do outro -entender as diferenças de pensamento, sentimentos e comportamentos dos outros.

# Conhecimentos básicos sobre como funciona o seu cérebro.

# Entender suas próprias intenções e motivações

# Alfabetização emocional - desenvolvimento da inteligência emocional

Prince (2017) ressalta a falta de um conceito padrão de soft skills e propõe as seguintes habilidades com base na autoconsciência:

# Adaptabilidade – envolve flexibilidade, agilidade, enfrentar desafios, identificar novas oportunidades, abertura para novas ideias, sair da zone de conforto.

# Pensamento Crítico – Questionamento, reflexão, evitar preconceitos;

# Empatia – Compreender a experiência/ sentimentos dos outros, escuta ativa, manter a tranquilidade, leitura da expressão facial e da linguagem não verbal;

# Integridade – confiabilidade, responsabilidade, honestidade, coerência entre discurso, valores e ação;

# Otimismo – Compreensão de si mesmo, de suas reações e da energia positiva que irradia à sua volta;

# Proatividade – Cultivar opções, evitar procrastinação, manter-se no aqui e agora;

# Resiliência – Solicitar ajuda quando necessário, manter uma de rede de apoio, correr riscos calculados.;

Segundo o Executive Coaching Associates (2021), “hard skills e soft skills são igualmente importantes e relevantes quando se trata de sermos bem-sucedidos no trabalho.”

Entretanto, consideram que é difícil definir o nível de expertise dos soft skills, pois este varia segundo a função das pessoas. E concluem que “Não tem nada de soft nisso. É essencial, é crítico, é não negociável.” (p. 3).