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Edição #107 - Abril 2022

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Perder-se na multidão para encontrar-se

“Você pode se afastar?”

Aquelas palavras me tomam com surpresa e certa incredulidade, e peço para ela repetir. Mais uma vez, escuto a frase adicionada de “você está invadindo o meu espaço”. Sem pensar, dou dois pequenos passos para o lado, dentro do já confinado espaço do metrô londrino. Aperto a minha gigantesca bolsa contra o meu corpo a fim de diminuí-la de tamanho (em vão); a minha cabeça dispara em revisar, analisar e tentar entender. Sinto, no meu corpo, as sensações de adrenalina subindo, uma resposta instantânea de congelamento e logo a seguir uma onda mental de julgamentos: “Como ela acha que dá para manter o espaço pessoal e sagrado dela dentro de um metrô? Vai andar de carro!” Sigo o resto do trajeto com o corpo tenso e me sentindo extremamente desconfortável.

O ano é de 2018. Recém-chegados em Londres, meu marido e eu estamos procurando, da melhor forma possível, nos adaptar ao nosso novo lar. Com o passar dos meses e especialmente após eventos como este, percebo que entramos numa espiral de querer errar o mínimo possível e de nos mesclarmos o máximo possível – até o nosso guarda-roupa sofre uma progressiva transição para as cores sóbrias e discretas da maioria. Deixo o meu já forte radar social ligado permanentemente, escaneando e interpretando sinais de todos os lados, sem me dar conta de que esta interpretação é limitada, uma vez que está totalmente pautada na minha própria bagagem individual, familiar e cultural.

Aos poucos, vou me dando conta de que não estou confortável dentro do meu novo meio e da minha própria pele. Sinto-me como um peixe fora d’água, que deliberadamente decidiu deixar para trás o seu habitat natural para explorar a terra. Penso no surgimento dos anfíbios, e em uma rápida pesquisa leio que eles sofreram adaptações importantes em seus pulmões para respirarem o ar, em sua pele para suportarem novos elementos como o ar e o sol, além da sua coluna vertebral e musculatura para serem capazes de se sustentarem fora do meio aquático. Isso faz emergir, dentro de mim, a seguinte reflexão: uma mudança e adaptação a uma nova cultura, hábitos e costumes, não é um convite para olharmos para os nossos próprios recursos internos e externos, fazermos um inventário deles e ponderarmos se ainda nos servem, se precisamos adequá-los ou se novos recursos são necessários?

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