Estamos aqui para nos aconselharmos mutuamente.
Devemos construir pontes espirituais e científicas ligando as nações do mundo.
Albert Einstein
Há milênios que a sabedoria humana, presente em todas as culturas, filosofias e tradições espirituais, afirmam que o autoconhecimento é decisivo para o processo evolutivo, apesar disso ainda há milhões de pessoas que caminham perdidas, sem rumo...
Todos nós, ao longo de nossa vida, passamos por muitos estágios e mudanças. Esses estágios, estudados por diversas escolas de psicologia, promovem o amadurecimento humano, a ampliação da consciência rumo à integridade, que Carl Jung denominou de individuação.
O que entendemos como desenvolvimento psicológico, Jung demonstrou ser um processo pelo qual a pessoa se torna integrada, unificada, não dividida. Consiste na experiência da integridade e consciência do Self (si mesmo), desse modo, a individuação é um fim para todo ser humano, embora não seja totalmente realizável visto que ao longo de toda a jornada humana haverá sempre conteúdos psíquicos a serem integrados à consciência. Entendendo-se esta como o estado de conhecimento e entendimento de eventos externos e internos ao indivíduo. Isto é estar desperto e atento, observando e registrando o que acontece no mundo em torno e dentro de cada um de nós.
Murray Stein (p.27) explica:
O ego focaliza a consciência humana e confere à nossa conduta consciente sua determinação e direção. Porque temos um ego, possuímos a liberdade para fazer escolhas que podem desafiar os nossos instintos de autopreservação, propagação e criatividade. O ego contém a nossa capacidade para dominar e manipular vastas somas de material dentro da consciência. É um poderoso ímã associativo e um agente organizacional. Uma vez que os humanos possuem tal força no centro da consciência, eles estão aptos a integrar e dirigir grandes quantidades de dados. Um ego forte é aquele que pode obter e movimentar de forma deliberada grandes somas de conteúdo consciente. Um ego fraco não pode fazer grande coisa desse gênero de trabalho e sucumbe mais facilmente a impulsos e reações emocionais. É facilmente distraído e carece de foco e motivação consistente.
Por termos um ego autorreflexivo, isto é, com capacidade para compreender as razões do nosso comportamento e de direcionar nossos esforços para o autoconhecimento e para dimensões mais amplas e profundas, podemos, de algum modo, experimentar a unidade que todos buscamos. Tal unidade desejada não significa estabilidade, antes, podemos afirmar é um equilíbrio dinâmico que possibilita ao sistema psíquico a experiência de estar unificado, integrado e em equilíbrio. Essa é a tarefa primordial do si mesmo também chamado por Jung de imago Dei. Afirma ele que todo ser humano traz dentro de si a imagem de Deus, o que nos coloca em contato com essa dimensão mais profunda da unidade e totalidade que pode ser acionada, como um conhecimento intuitivo que vem em nosso auxílio, sempre que precisamos para manter o nosso equilíbrio psíquico.