Com frequência, como Coaches ou Supervisores, notamos que um dos maiores desafios dos nossos clientes está em permanecer conectado com o que realmente importa. O envolvimento com demandas e a pressão por cumprir tende a nos afastar do verdadeiro significado da vida e do trabalho e assim corremos o risco de sermos guiados por ambições e buscas que não são realmente nossas. Com o passar do tempo, esta distância emocional nos afasta do nosso verdadeiro talento e potencial que nos torna únicos e especiais. Sabiamente, David Whyte, expressa em seu poema Working Together:
Nós nos moldamos
para caber no mundo
e pelo mundo
são moldados novamente.
David Whyte
Como a vulnerabilidade nos torna únicos e especiais?
Este artigo aborda a vulnerabilidade como um espaço de aceitação de que há algo que ainda não desvendamos, que está por vir, que de alguma forma negamos pela sensação de desajuste, de tirar do lugar comum ou de nos afastar do que já está confortavelmente convencionado e em concordância com o papel e a imagem que assumimos frente ao outro.
Esta aceitação corajosa da nossa vulnerabilidade passa por um caminho de autocompaixão com relação as nossas incoerências e imperfeições, dúvidas e medos, fragilidades e inconsistências. Se não às tivéssemos, não estaríamos vulneráveis! Talvez por isso negamos e tendemos a nos esconder e fugir, pois como seres humanos, é normal preferirmos o conforto dos caminhos mais seguros. Contudo, somos seres de corpo e alma surpreendidos pelos mistérios da vida. Cabe a cada um de nós a responsabilidade pela vida, o que não é tarefa fácil para ninguém.
Se optamos por viver intensamente, de forma a nos sentirmos mais completos ou mais amplamente conectados com todo o nosso sistema humano, relacional e ecossistema, certamente receberemos mais convites e sinais que podem inquietar, reacender a nossa capacidade de se indignar e provocar a vibração que move para transformações mais profundas em nós e ao nosso redor.