Cosmovisão compreende um corpo de princípios, pressupostos, ideias fundamentais, doutrinas ou ideologias que contêm explicações e justificativas para o ser, a vida, a pessoa, a organização social e econômica, o universo. É ela que faz com que tudo venha a “ter sentido”. O filósofo Kant cunhou a expressão “Weltanschaung”, que significa teoria geral, captação e explicação global da realidade, pano de fundo que enforma todos os pensamentos e crenças.
A base de tudo é a forma pela qual nos sentimos e nos concebemos enquanto seres humanos, nosso sentimento da vida, da existência e da identidade individual. Isto antecede às crenças, fundamenta-as, determina toda a nossa condução de vida, nossa educação, nossos objetivos, nossos relacionamentos.
Ninguém vive sem cosmovisão, porque ela reduz o Universo à dimensão humana, tornando-o significativo, compreensível, com um sentido prático, útil e, portanto, aceitável. Ela cria estruturas de assimilação e de resposta em relação ao mundo exterior, formando um conjunto coerente e norteador da ação humana.
Milton Greco, em A Aventura Humana entre o Real e o Imaginário.
O século 20 vivenciou as mais profundas transformações de visão de mundo, principalmente após as catastróficas resultantes dos paradigmas dominantes, que justificaram a maior carnificina da história humana, que foram as duas grandes guerras, os massacres justificados por ideologias apoiadas em pretensas premissas científicas, como as do nazismo, do comunismo, do apartheid, do terrorismo islâmico, de católicos contra protestantes, de um capitalismo colonialista massacrante, dos líderes religiosos abençoando exércitos assassinos, a ciência e a tecnologia a serviço da violência e do jogo do lucro a qualquer custo, etc.