Percebo nos espaços por onde circulo, a tirania da felicidade idealizada. Em reuniões sociais e profissionais vejo meus colegas coaches, facilitadores e consultores se esforçando para mostrarem que está tudo bem e eles estão felizes. São poucos que realmente expressam que a coisa não está indo bem, seja por causa do momento econômico e político atual, ou por qualquer outro motivo que faz com que não estejam com a sala cheia de clientes.
Parece um paradoxo. Queremos ajudar as pessoas a se melhorarem e as acolhemos quando nos procuram buscando apoio profissional. Entendemos isso como um ato de coragem, pois é preciso mobilizar muita energia para reconhecer e querer mudar algo que não está indo bem. Mas quando se trata de nós, profissionais, não estarmos indo bem, parece que o esforço é contrário: representar uma farsa de que tudo está indo bem e negar que isso só nos afasta de quem realmente somos, dificultando o reconhecimento das reais dificuldades que nos impedem de avançar.