A Entrevista Motivacional (EM) foi primeiramente descrita em 1983 por Miller & Rollnick. Desde então, vem sendo utilizada na área da saúde como um recurso importante no tratamento de problemas aditivos, em especial álcool e drogas, e em outros comportamentos relacionados à saúde.
A EM é uma abordagem teórica que organiza e estrutura conversas de mudança. A mudança na área de saúde nem sempre é desejada pelo cliente que, por sua vez, muitas vezes resiste a sair de sua zona de conforto, mesmo tendo consciência dos riscos de seu comportamento. Miller & Rollnick (2013) definem a EM como um estilo de conversa colaborativa voltada ao desequilíbrio da motivação intrínseca na direção de uma mudança positiva. Por ser uma abordagem de parceria e não prescritiva, ela aproxima o profissional de saúde do cliente.
A EM nos provoca uma reflexão sobre uma mudança significativa na área de saúde, uma mudança de paradigma, no qual o profissional de saúde atuará menos como especialista e aquele que sabe o que é melhor para o paciente e mais como facilitador e parceiro no processo de mudança desejado e necessário. A EM é praticada por diversos profissionais de saúde que já foram treinados para o uso em suas práticas clínicas com seus pacientes. Para o contexto de coaching desse artigo, o paciente será chamado de cliente.
Para alcançar uma mudança, é preciso superar a ambivalência, é preciso desequilibrar a balança de prós e contras da mudança e esse é um dos grandes objetivos dessa abordagem. No coaching em saúde e bem-estar, a EM é utilizada de maneira abrangente durante todo o processo e permite, por meio dos seus recursos e estratégias, a garantia do estabelecimento do vínculo e do espaço seguro para que o cliente explore as possibilidades e tome suas próprias decisões.