Vejo o Coaching com Psicodrama como uma jornada de resgate e fortalecimento do Ser espontâneo e criativo que habita em cada indivíduo. Estes fatores são temas centrais para nós. Segundo Moreno, todos possuem estes recursos como internos e inatos desde o início de seu desenvolvimento, mas que por questões ambientais ou sociais, tais recursos podem ser afetados. Diante disso, entendo que o resgate destas forças representa o reencontro do próprio Ser com o que há de melhor em si, com as suas singularidades e o que o torna único.
Espontaneidade, em latim, vem de “sua sponte”, que significa “do interior para o exterior” e, para Moreno, espontaneidade é um fator que “opera no presente, isto é, aqui e agora, impulsiona o indivíduo na direção de uma resposta adequada a uma nova situação, ou a uma nova reposta a uma velha situação” (2008, p.54).
Percebo respostas adequadas como aquelas que estão congruentes à escolha do coachee, do seu protagonismo e estado de presença. Ao contrário disso, temos as respostas mecanizadas ou condicionadas, que partem de padrões que automatizam o comportamento, conhecido no psicodrama como conserva cultural. As conservas podem agir de forma a restringir o repertório de atuação, posicionando-se como uma barreira para a criatividade, fazendo, por exemplo, com que o coachee repita um comportamento antes adequado e hoje não mais, atuando através de crenças que não fazem mais sentido, mas que são repetidas muitas vezes sem consciência.
Se agirmos sem consciência, nos distanciamos das nossas escolhas e do nosso protagonismo. Desta forma, a ressignificação de crenças tem uma forte importância, pois quando o coachee revê suas crenças, ele está fazendo muito mais do que isto, está indo além, está se libertando daquilo que barra sua criatividade na busca de respostas adequadas e alinhadas ao momento, ao aqui e agora, encontrando soluções assertivas, saudáveis e sustentáveis para as suas questões.