Nosso coach João nos traz a seguinte questão:
Estou na terceira sessão de um processo de coaching executivo e no briefing com a gestora de meu cliente, foi acordado entre nós três que o tema a ser trabalhado no processo de coaching é desenvolver autonomia e competência para delegar do executivo. Durante o processo, entretanto, noto que além da gestora de meu cliente ser bastante centralizadora, o presidente e acionista principal da empresa dá muito pouca autonomia às pessoas da organização. Sinto que a expectativa da gestora é incoerente com a própria cultura da empresa e não sei como endereçar o tema.
Oi João. Convido você a olhar este tema a partir de três perspectivas diferentes: podemos considerar a empresa e as relações aí presentes; a maneira de tratar o tema nas sessões de coaching; e os aprendizados a partir das suas interações com os representantes da organização.
A visão sistêmica de coaching de Mary Beth O’Neill (2011) diz que as pessoas nas organizações estão ligadas umas às outras e que quando uma pessoa muda, provoca também mudanças no sistema, da mesma maneira que elementos em uma rede de aranha: se movermos uma folha presa à teia, o sistema todo se move. Esta metáfora pode oferecer uma porta de entrada a seu caso, João: em geral, as culturas organizacionais são bastante fortes para manter a empresa funcionando do jeito ao qual as pessoas estão acostumadas. Não estou sugerindo um movimento heroico de seu cliente, apontando as incoerências da empresa, e sim algumas provocações que talvez aumentem o nível de consciência dele e de outras pessoas na empresa sobre desenvolver a autonomia em um ambiente centralizador.