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Edição #43 - Dezembro 2016

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A resiliência e as disciplinas da alma - quietude e foco: Bálsamo para a mente

A resiliência vem sendo estudada por diversos autores advindos das psicologias cognitivas e é tida como um aspecto psicológico saudável, ao se levar em consideração os variados graus de maleabilidade que o ser humano pode desenvolver.

Segundo Barbosa (2011), resiliência é uma força intrínseca a todos os seres e coisas vivas: uma conjunção de recursos biológicos, psíquicos e sociais que estruturam a superação de situações de adversidades que ameaçam a nossa existência. Constitui-se de fluxos cognitivos-emocionais como a capacidade de acreditar em si, o autocontrole das emoções básicas, a habilidade de analisar fatos e implicações de eventos presentes no ambiente, a capacidade de compreender necessidades e objetivos de outros, a arte de conquistar e manter outras pessoas na rede pessoal, a competência de ler e identificar as reações que ocorrem no próprio corpo face ao estresse, a beleza de ver a vida com humor, otimismo e esperança e a capacidade de encontrar uma razão de viver nos projetos em que se envolve (Barbosa, 2014). Essas áreas cognitivas, quando em interação contínua com outras cognições, resultam em uma nova forma de ver e sentir a realidade, inaugurando o novo e rompendo com o pensamento estabelecido ou enrijecido pela aprendizagem. Tais recursos, por meio da linguagem, perpetuam e renovam processos regenerativos, mitos, crenças, padrões e narrativas, organizando e constituindo o Ser Humano (Barbosa in Rodrigues, 2013)”.

Barbosa (2006) destaca outros autores que também definem o conceito de resiliência. Dentre eles, Boris Cyrulnik (2000), para o qual resiliência é o próprio ato de “tricotar recursos profundos” para superar adversidades. Este tricotar, vai para além da capacidade de organizar estratégias de enfrentamento racional (coping) - a vida é um contínuo “tricotar” de possibilidades. São, fundamentalmente, a função de sucessivas e contínuas reintegrações resilientes. Ou como Flach (1991) defendeu na lei da ruptura e da reintegração, em que para sobreviver a mudanças significativas provenientes do enfrentamento de adversidades, é preciso ter resiliência, ou seja, uma espécie de sabedoria e flexibilidade diante de períodos de ruptura e de integração.

Será pautada nessas visões de resiliência, de desintegrar, reintegrar e “tricotar possibilidades”, que traçaremos um paralelo entre os conceitos de resiliência e mindfulness.

Dentre os estudos na área da resiliência, estudos internacionais destacam a importância da mindfulness, tema que, no Brasil, ainda se encontra embrionário.

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