Tendência 3 - Chega de discurso bonito e crie organizações que não sejam só fachada
“Criar organizações socialmente responsáveis”
Estamos em março de 2025 e as mudanças climáticas já não podem mais ser desprezadas. O desmatamento da Amazônia segue adiante, e nos últimos cinquenta anos perdemos 20% da floresta original. Bom seria se as notícias fossem sobre as taxas de reflorestamento da Amazônia.
O capitalismo e os interesses particulares sobrepujando os interesses coletivos ou ambientais, encontra amplo apoio em bancadas de deputados e senadores, devotados a enfraquecer e relaxar normas em nome do tal progresso.
Do ponto de vista do ser humano, nos acostumamos a ver crianças vendendo bala no farol e a o crescente aumento de moradores de rua, especialmente nas grandes cidades. No âmbito mundial, existem hoje, enquanto você lê este texto, cerca de 130 conflitos armados. Segundo o ACNUR, a Agência de Refugiados da ONU, em junho de 2024, havia 43,7 milhões de refugiados em todo o mundo. Mais de 46 mil palestinos foram mortos durante as ações militares israelenses na Faixa de Gaza.
Cerca de 730 milhões de pessoas passam fome no mundo.
Como dizia Raul Seixas, “...tudo isso acontecendo e eu aqui na praça dando milho aos pombos...”.
Sim, o mundo vai mal! Os interesses da geopolítica, da economia das nações, das relações de poder, e vamos descendo até chegarmos ao nosso bairro, com seus muito ricos e seus moradores de rua. É assim que o mundo funciona. As coisas são assim. São assim ou estão assim? A quem interessa as desigualdades?
O mundo corporativo, dentro de todo este macro cenário competitivo, procura maximizar seus lucros e minimizar seus gastos e investimentos.
Diz-se que as organizações já não podem mais se dar ao luxo de focar exclusivamente no lucro, ignorando seu impacto social e ambiental. Na verdade podem sim, e continuam a fazê-lo.
Neste quadro, assim como grandes grupos se manifestam em praça pública contra guerras, desigualdades e matanças, a sociedade e colaboradores estão demandando também uma postura mais ética, consciente e responsável das empresas. Entretanto, investidores são os últimos a se sensibilizar e movimentar, e só o fazem quando pressionados pela lei, ou pela pressão da sociedade.
Nesse contexto, o RH emerge como um agente fundamental para liderar a transformação das empresas em organizações que realmente se importam com o impacto que causam no mundo. Essa mudança não é apenas uma questão de responsabilidade social; é uma estratégia essencial para atrair e reter talentos, construir uma marca empregadora forte e, ao mesmo tempo, garantir a sustentabilidade do negócio no longo prazo. Novamente vemos como que um RH inteligente e estratégico pode lançar mão da propaganda de ações sociais e ambientais legítimas da organização para conquistar mais espaço na mídia, na mente e no coração das pessoas.