Os conflitos em nossa vida
Lembre-se, em sua história de vida, de um momento em que você esteve envolvido em um conflito doloroso, e que você superou. O que você pode dizer hoje sobre este conflito, além de lembrar-se da angústia e do sofrimento que ele lhe causou na época?
Em nossa prática como coaches observamos como muitas vezes conflitos estão relacionados a passos relevantes no desenvolvimento de nossos clientes. É provável que, ao enfrentar o conflito de que se lembrou agora, você tenha encontrado desafios e conquistado espaços novos, nos quais desenvolveu habilidades que se tornaram marcos em sua vida.
Se isto for verdade, então a frase do grande estudioso do tema conflitos, Friedrich Glasl, se confirma: “O caminho do futuro é pavimentado por conflitos”. É desta forma que Glasl enfatiza que conflitos são parte da condição humana, e, mais do que isto, representam a possibilidade de nos desenvolvermos.
No sentido oposto, o que teria acontecido se você tivesse se esquivado de enfrentar aquela situação, tivesse fugido dela, e talvez permanecido em fuga até hoje? Qual a consequência de evitar conflitos e a dor que os acompanha?
O coach e os conflitos
Para nós coaches, muitas das situações que nos são trazidas pelos clientes têm características de conflito, em diferentes graus de escalação: como lidar com situações tensas que envolvem pares, gestores e liderados, fornecedores e clientes, e também companheiros, cônjuges ou filhos, são temas frequentes em nosso trabalho.
Percebemos que apoiar o cliente a posicionar-se nestas situações não só ajuda a ele diretamente, mas traz mudanças ao “sistema”, entendido como o conjunto de pessoas enredadas no conflito. Observamos como a relação conflituosa muda quando nosso cliente se “desarma”, ou seja, deixa de enxergar o(s) outro(s) como culpado, e consegue ampliar a percepção a respeito de seu próprio papel nesta relação tensa.
É este o nosso papel como coaches de conflito. Com ou sem técnicas específicas, apoiamos nosso cliente a apropriar-se melhor de seu ponto de vista, a entrar em contato com seus sentimentos, a nomear as necessidades que não estão atendidas naquela situação. A partir desta jornada do cliente, a forma como reage, a maneira como se expressa e se relaciona podem mudar.