Nos últimos anos, testemunhamos uma mudança significativa no modo como lideramos pessoas e organizamos o trabalho. A diversidade, finalmente, começou a ganhar espaço nas Organizações, mas ainda focada em marcadores visíveis como gênero, raça, idade, condições físicas, sexualidade, entre outros.
Entretanto, é preciso ir além, é necessário incluir aspectos “invisíveis” que compreendem desde o funcionamento cognitivo e estilos de processamento do cérebro, até a forma divergente e diferente como as pessoas pensam, sentem e se expressam na vida.
O cenário organizacional contemporâneo revela uma lacuna crítica: o déficit de pertencimento autêntico nos ambientes de trabalho. Há muita polarização e as pessoas que se apresentam de maneiras diferentes em relação aos padrões estabelecidos experimentam uma sensação de não-lugar, o que impacta diretamente o desempenho e bem-estar de cada um e do todo.
Como é possível conquistar e manter alta performance quando a “alma” está sofrendo?
Sendo assim, considerando o contexto e minha experiência de mais de três décadas trabalhando com desenvolvimento humano e organizacional, decidi me debruçar sobre o impacto do não pertencimento e da não inclusão nos resultados e na saúde mental dos profissionais.
Conclui que a ausência de pertencimento e inclusão no ambiente organizacional gera impactos negativos tanto para o indivíduo quanto para a empresa. Pessoas que não se sentem verdadeiramente incluídas revelam autoestima inconsistente e autoconfiança rebaixada. Isso acaba gerando níveis maiores de ansiedade, depressão, burnout e decréscimo no comprometimento, responsabilização e sentimento de realização. A produtividade entra em queda, a criatividade e capacidade de inovação diminuem, há deterioração do clima organizacional e os resultados não atendem as expectativas.
Frente a essa situação, compreendi que era urgente termos uma abordagem de desenvolvimento que considere as diferenças reais de cada pessoa para que se sintam incluídas, pertencentes.