A palavra supervisão tem recebido as mais diversas interpretações, variando inclusive de acordo com a área em que é utilizada. Esta diversidade tem dificultado a compreensão do que seja supervisão, qual sua função e quais suas características essenciais.
Na atualidade, a supervisão, originalmente utilizada em Serviço Social, Psicologia e Counseling, tem sido adotada na formação profissional, educação continuada e certificação em certas áreas, esta última como uma forma de “controle de qualidade” de certas competências no exercício de atividades profissionais.
Focaremos a supervisão em Coaching Executivo e Empresarial, um tema que tem provocado debates entre os que preconizam sua obrigatoriedade, os que entendem que deva ser optativo para os Coaches que poderiam beneficiar-se dela, os que discutem sua validade em função da falta de evidências comprovadas e outros, ainda, que consideram que a forma como está sendo praticada é essencialmente “tecnicista”, baseado nas chamadas competências e, incoerente com a filosofia, princípios e os valores humanistas que embasam o processo de coaching.
Embora tal debate tenda a gerar algumas tensões, levanta facetas importantes, fruto da diversidade de visões e motivações. Dentre estas motivações, ressaltamos as de ordem econômica (abertura de novos nichos de mercado), de ordem ética (melhores práticas) e de ordem profissionalizante, voltadas para a regulamentação/reconhecimento da atividade de Coaching Executivo e Empresarial. Todas estimulam debates, considerações e reflexões importantes para o desenvolvimento do Coaching.
Para comentar estas questões, três perguntas se fazem necessárias:
1. O que é Supervisão?
“Supervisão é um processo interativo de duas vias no qual supervisor e supervisionado atuam e influenciam-se mutuamente e o final (a recontratação) reflete o início (o contrato). Trata-se de um processo dinâmico onde ambas as partes se desenvolvem juntas” - Page e Wosker (1994).