“Toda mudança positiva... envolve um ritual de passagem. A cada subida para um degrau mais alto na escada da evolução pessoal, devemos atravessar um período de desconforto, de iniciação. Eu nunca conheci uma exceção”. Dan Millman
Numa manhã fria de domingo, recebi o convite de um velho amigo para uma caminhada no parque. Foram duas horas de uma conversa extremamente nutritiva e edificante, sendo um dos principais assuntos, a mudança. Passei o resto do domingo digerindo e refletindo sobre esse tema e achei que seria um bom título para encerrar meu ciclo na Revista.
Uma das coisas que pensei foram as histórias de meus antepassados. Meu avô paterno, por exemplo, saiu da Espanha ainda criança, juntamente com sua família, em busca de uma terra que pudesse lhes proporcionar uma vida melhor. É difícil imaginar, nos dias atuais, uma família inteira fazer uma viagem sem volta, para uma terra desconhecida e com pouquíssima ou nenhuma informação sobre o que iriam encontrar. Hoje podemos ter informações sobre o clima antes mesmo de sair de casa pela manhã e ter uma ideia do que vamos encontrar em nosso destino. Nossos antepassados passaram por mudanças radicais, sem informações suficientes e dando as costas definitivamente para a antiga vida. Pensei ainda na situação dos grandes exploradores que partiam em suas viagens de descoberta sem um mapa completo, apenas com cartas náuticas desenhadas à mão e instrumentos como bússola, barquinha, astrolábio e quadrante para checarem e medirem a direção e velocidade, num ambiente onde terra e mar eram instáveis, turbulentos e inseguros, que mudavam constantemente sem qualquer aviso prévio.