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Edição #24 - Maio 2015

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Maquiavel. Será que você pode aceitá-lo? - Parte 1

Olá, caro amigo/a leitor/a. Hoje iniciaremos uma sequência de três artigos que versarão sobre Maquiavel. O motivo que me leva a tratar Maquiavel de uma maneira distinta do tratamento concedido a outros autores nes­ta coluna é óbvio: Maquiavel é polêmico e é um autor que está mais próximo do nosso tempo. Por isso, tenha em mente que estas ideias necessitarão de três edições para serem concluídas. Então, mãos à obra.

Nicolau Maquiavel (1469 – 1527) é um filósofo que inaugura a moder­nidade e seu mérito é lançar luz sobre as relações de poder e os jogos de interesse que per­meiam as relações políticas. Porém, Maquiavel em nada se parece com seus colegas que também versaram sobre polí­tica, como Platão, Agostinho, Thomas Morus, Rousseau, Karl Marx, John Rawls, entre outros. Mas você pode estar pensando: se sou coach, por qual razão eu deveria devotar meu tempo à compreensão das bases teóricas da Filosofia Política em geral e da de Maquiavel em particu­lar? Maquiavel é um pensador que escreve sobre política, mas suas ideias reverberam na vida de cada um de nós, pois, como diz Aristóteles, somos seres que vivemos na polis, que em grego - πόλις - significa cidade. Logo, somos seres políticos, e é justa­mente na cidade que se desen­rolam nossos dramas, muitos deles trabalhados em processos de Coaching. Fora isso, ao estu­dar as relações de poder, pode­remos ampliar nossa capacidade para compreender aspectos re­lacionados às relações intersub­jetivas, não somente na política partidária, mas na política fami­liar; organizacional; corporativa. Maquiavel não fala somente dos políticos, Maquiavel fala de você! Se há uma natureza huma­na, todos nós seremos, prova­velmente, muito parecidos com a descrição que Maquiavel faz do ser humano em suas duas obras mais conhecidas: "Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio" e "O Príncipe".

Ao seu tempo, sua franqueza foi um escândalo. Sua obra foi considerada herética, incitado­ra do mal, como se descrever o mal fosse o mesmo que incitá­-lo ou desejá-lo. Mesmo hoje, suas ideias são consideradas perigosas, não porque deem conselhos de eficácia nas ações políticas que podem servir a terríveis tiranos, mas pelas con­sequências da sua descrição da natureza humana. A redução do homem a um ser desejante. Uma imagem feia de todos nós. Maquiavel pode ser considera­do um marco histórico na oposi­ção do discurso platônico, mas isso não significou o fim dos idealismos. O platonismo ainda vive. E é esta sobrevida que tor­na Maquiavel tão assustador. "Nosso senso comum acerca da natureza humana ainda é platô­nico." (POMPEU, 2006, p.9).

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