Nossa coach Maria nos escreve com a seguinte questão:
Meu coachee, entusiasmado pelos questionamentos que faço a ele, decidiu ler Filosofia. Deparou-se com a pergunta: – Qual a vida que vale a pena ser vivida?
Como havíamos acordado que em caso de necessidade ele poderia me chamar no celular, recebo uma mensagem dele tarde da noite simplesmente dizendo:
– A vida que levo não vale a pena ser vivida.
Gelei. Pensei no pior. Alguns longos segundos depois, ele complementa:
– Minha vida é cinza, sempre foi. Quero colori-la.
Alívio geral. No próximo encontro discutimos a questão e ele disse que todas as suas decisões na vida foram cerebrais e que seus afetos nunca foram ouvidos. Ele sente agora, que em represália, eles tiraram a cor de sua vida. Como coach, já com vários anos de experiência estou confusa, pois ele foi um espelho para minha própria vida, que também anda bem cinza. A questão que trago é a dele e a minha. Não sei se levo isto para uma supervisão, se faço um coaching ou se aprofundo em uma terapia. Ao mesmo tempo me sinto incompetente em prosseguir meu trabalho com ele, mesmo sabendo que não posso misturar conteúdos. Help.
Invariavelmente vamos nos deparar nos processos de coaching com questões muito parecidas com as nossas - sejam questões que estamos vivendo agora ou que já vivemos no passado. Isso não deve ser um impedimento para exercermos nossa atividade, desde que estejamos dispostos a manter atenção na distinção entre nossos conteúdos e aqueles que são dos nossos clientes.