“Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.”
Buda
Imagine que você é um pescador. Após um árduo dia de trabalho no mar, retorna ao porto e estaciona o barco. De tão esgotado que se encontra, por um lapso, esquece-se de ancorar o barco. No meio da noite vem uma forte tempestade. Seu barco ficará à deriva.
Você é um pescador. Após um árduo dia de trabalho no mar, retorna ao porto e estaciona o barco. Mesmo esgotado, não se esquece de ancorar o barco. No meio da noite vem uma forte tempestade. Seu barco vai chacoalhar pra lá e pra cá, mas não sairá do lugar, pois está ancorado.
Ancorar é uma analogia para ilustrar nossa capacidade de prestar atenção. Ela afeta fortemente nossas vidas e, se essa capacidade se torna comprometida por causa de qualquer agitação ou tédio, não conseguiremos fazer quase nada certo. O reconhecimento de que a mente naturalmente oscila entre lentidão e agitação, distração e foco, e de que somos, involuntariamente, tomados por estados de aflições emocionais como ansiedade, hostilidade, depressão, orgulho, raiva, entre outros estados que sabemos ter forte impacto sobre nosso desempenho, torna-se relevante aprender a cultivar a própria mente.
Atenção é uma faculdade mental que quando treinada, se fortalece e se expande. Nossa percepção dos eventos cotidianos depende da abertura para escutar, de observar os detalhes, da capacidade de suspender o julgamento e de sentir o ambiente e as pessoas. Ela qualifica nosso modo de ser e estar no mundo, nossa maneira de se relacionar com as pessoas e de performar.
Tudo depende de uma boa capacidade de atenção.
Há dois tipos de atenção – a externa e a interna. A atenção externa diz respeito às tarefas do momento, como tomar uma decisão, elaborar um relatório, atender um cliente, conduzir uma reunião, apresentar um projeto, realizar uma venda ou negociação. Por outro lado, a atenção interna diz respeito ao estado de consciência do agente, a sua capacidade reflexiva, a sua presença. Cada tipo de atenção tem um lugar em nossas vidas, mas é a atenção interna que viabiliza, sustenta e fortalece a externa, tão necessária para ter bom desempenho. Quando falamos de meditação, estamos falando da atenção interna, da auto-observação, da desaceleração, de perceber o conteúdo mental sem se deixar levar por reações automáticas e impulsivas.