Em 2005, ou seja, há 20 anos, escrevi meu primeiro livro, “Executivo, o super-homem solitário”, prefaciado pelo saudoso Abílio Diniz. Fruto de minhas reflexões com o atendimento de líderes em meus processos de coaching e mentoria, fiz uma provocação para que o executivo saia da sua armadura de “super-homem” e admita sua vulnerabilidade humana diante das cobranças do mundo corporativo.
Em 2024, os Estados Unidos registraram um número recorde de mudanças na liderança executiva, com 1.991 CEOs deixando seus cargos entre janeiro e novembro. Esse total superou o recorde anterior de 1.914 saídas em 2023, conforme relatado pela Challenger, Gray & Christmas. Além disso, a Russell Reynolds Associates observou que 202 CEOs das maiores empresas listadas globalmente deixaram seus cargos em 2024, um aumento de 9% em relação ao ano anterior.
Já no Brasil, dados específicos sobre o número de mudanças de CEOs em 2024 não estão prontamente disponíveis. Entretanto, a pesquisa 27th CEO Survey da PwC indica que os líderes empresariais brasileiros enfrentaram desafios significativos em 2024, incluindo preocupações com o crescimento econômico global e a necessidade de reinvenção contínua.
Depois de 20 anos que escrevi o livro, neste ano de 2025, a vida dos CEOs piorou ainda mais. Diante das incertezas atuais, tem sido marcada por desafios sem precedentes, com profundas mudanças que exigem adaptações rápidas e eficazes. O ambiente corporativo, já complexo por natureza, tornou-se mais instável em função das contínuas crises econômicas, geopolíticas e sociais, especialmente agravadas pela recente ascensão política de figuras polarizadoras ao redor do mundo.