Quando fui convidada para escrever este artigo, precisei me despir das ideias pré-concebidas que se constroem naturalmente de uma geração para a outra.
Sou de uma geração que subia em árvores, fazia pesquisas de escola na Barsa, me perdia no trânsito procurando me localizar, fazia trabalhos de escola em folha de papel almaço, gravava minha playlist em fita k7, brincava de esconde-esconde na rua e sabia todos os números de telefone dos meus amigos de cor.
São boas lembranças, mas lembranças que retratam uma geração.
Sempre procurei aceitar as mudanças, principalmente da geração atual, de onde meus dois filhos fazem parte. Acredito muito que é melhor procurar compreender a bater de frente. E tem dado certo. Evito dar uma de velha chata e falar o bordão: “na minha época...”
Era bom, mas também era ruim. Não se usava cinto de segurança, podia fumar em locais públicos e dirigia-se com uma dose considerável de álcool no sangue.
Na época dos meus pais, a sociedade era patriarcal, não se aceitava a diversidade e as aparências importavam mais do que as pessoas.