Durante muito tempo eu me perguntei o que me fazia feliz. Como sempre fui muito curioso, sempre me fascinou o fato de poder arrumar algo que não funcionava. Resolvi, então, me tornar técnico em eletrônica, pois eu sabia que assim seria capaz de consertar uma infinidade de equipamentos eletrônicos. Depois de formado passei a trabalhar como técnico na área de Telecomunicações em grandes operadoras. Segui em minha vida acadêmica e me formei em engenharia eletrônica, sendo promovido a engenheiro logo a seguir. O desejo de consertar as coisas, ou de fazer algo funcionar me impulsionava a seguir firme em minha carreira, e fui crescendo, me realizando, sempre dentro deste contexto.
Aconteceu, porém, que tive a oportunidade de me tornar gerente em uma empresa startup. Neste momento eu deixava de lidar com coisas para lidar com pessoas. Eu percebia que gostava de lidar com pessoas, mas tinha uma dificuldade enorme em inspirá-las para o meu modo de pensar. Corroído pelo estresse, encontrei minha válvula de escape no teatro e a cada seis meses me via em pleno palco, encenando um novo espetáculo. Segui firme em meu propósito e continuei estudando teatro, até tirar o meu DRT como ator profissional. Após isso, tive a oportunidade de estudar dublagem, e fiquei fascinado quando pela primeira vez eu assisti uma cena onde minha voz preenchia a imagem de outra pessoa, simplesmente indescritível.