"O real não está no início nem no fim, ele se mostra pra gente é no meio da travessia..." Guimarães Rosa
Passamos a priorizar o que está fora e quase esquecemos o ritmo do próprio coração. "... a vida está mais desafiadora nos últimos tempos". Escuto as pessoas confidenciarem na família e no trabalho.
Muito se fala de tempos de transição. E, também, sobre explicações da falta de coerência e integridade entre o Ter, o Ser e o Fazer. Você ainda se lembra dos seus sonhos em fazer acontecer? E de como somos corrompidos pelo tempo que urge em produzirmos conhecimentos e resultados avassaladores em todos esses contextos. Você se lembra de suas últimas pausas realmente sem um celular a tiracolo? E o quanto as pessoas estão adoecendo por não saber pedir ajuda ou por não ter a quem recorrer? E você tem trabalhado o suficiente naquilo que ama fazer ou simplesmente ama o que faz? Pausar é essencial.
Há algum tempo li sobre um morador de rua que faleceu numa noite fria abraçado ao seu cachorro; me pergunto que dor é essa que escancara a banalidade da vida em todos os sentidos. Até quando conviver com essa dor de não ver a dor outro? Pois assim é a empatia, essa capacidade de ver e sentir de outro referencial. Assim é a compaixão, que a vida ensina a movimentar-se em direção ao outro. E, finalmente, a solidariedade em dar-nos as mãos nas horas mais difíceis. No entanto, é preciso conquistar a gentileza em nossos próprios processos para poder acolher o outro. Reconhecer a nossa humanidade compartilhada.