Na realidade, o dia 1 de janeiro não é tão diferente dos demais dias do ano, mas só a ideia de recomeçar a contagem do calendário já nos enche de esperança. Semanas antes, começamos a pensar em listas de objetivos que possam inaugurar o novo ano e tornar-nos melhores nesse próximo período de tempo. E se incluíssemos, todos, a prática do amor de forma mais intensiva, quase que profilática para todo e qualquer momento, em nossas listas? Pensando ontologicamente, já que a linguagem cria a realidade, declarar essa meta pode ser o primeiro passo para uma vida efetivamente mais amorosa. E, ainda ontologicamente, pensei que um passo para alcançar esse objetivo pode ser a prática da escuta. Está certo que treinar a escuta, faz parte do meu trabalho como Coach, no entanto, confesso que essa escuta treinada nem sempre está disponível para aqueles que não são meus clientes. A intenção é começar pelos familiares mais próximos.
Há 12 anos, quando comecei a trabalhar com treinamento e desenvolvimento, inserir a escuta na pauta dos programas parecia uma redundância. Uma vez escutei de um líder que se ele não soubesse escutar não teria chegado aonde chegou. Felizmente, muita coisa mudou nos últimos anos e, mesmo nós - profissionais da escuta, admitimos o quanto podemos evoluir nessa capacidade. Atualmente, no ambiente corporativo, por exemplo, é comum executivos autoavaliarem a escuta como um aspecto a ser desenvolvido. Pode-se dizer que a escuta está perdendo o caráter passivo que lhe era atribuído até bem pouco tempo, ultrapassando os aspectos compreendidos pelas técnicas de comunicação que ainda se fundamentam em fatores da transmissão de informação.