Em tom de brincadeira, a primeira frase que ouvi do meu chefe, quando anunciei que estava grávida, foi: parabéns! Mas você tinha uma carreira brilhante pela frente... Eu tinha vinte e três anos e estava grávida da minha primeira filha. Formada em matemática e com especialização em administração financeira, trabalhava já na terceira instituição, uma empresa de processamento de cartões de crédito.
Foi esse chefe quem identificou em mim o potencial para a área de comunicação, me convidando a sair da área financeira para trabalhar na criação dos veículos de comunicação da empresa. Busquei ajuda de uma consultoria especializada e paralelamente, fui fazendo cursos na área. Sempre gostei de estudar.
O réveillon do bug do milênio, enquanto minha família organizava uma festa no sul de Minas, eu passava com o time que estava de plantão na empresa, em São Paulo, pronto para entrar em ação caso alguma coisa não saísse conforme o esperado. Estava grávida de sete meses do segundo filho.
Cinco anos depois, com o trabalho consolidado e dois filhos nos braços, saí da empresa para ser gerente de comunicação em uma grande organização brasileira. A frase do chefe e a maternidade não haviam me impedido de ver a carreira decolar, afinal.
Nessa organização, me envolvi na criação de um instituto para os investimentos sociais de todo o grupo da qual fazia parte. Quando o meu terceiro filho nasceu, continuei trabalhando nesse projeto. Entre uma troca de fraldas e outra, fomos escrevendo a visão, a missão, a estratégia e o plano de ação do instituto.