Tivemos o privilégio de ouvir duas MCCs refletirem sobre emoções e incertezas no coaching. Eliana Dutra, que, para o público brasileiro, dispensa apresentações, e Shiri Ben-Arzi, fundadora do MCI Medical Coaching Institute. A seguir, um apanhado de suas referências teóricas, insights e práticas.
Segundo Eliana, quando o coaching começou havia uma expectativa de solução de problemas concretos maior do que hoje: como faço para dar feedback? O que devo dizer? Como? Com a evolução, passou-se a trabalhar mais a emoção. Não há como trabalhar o como, o que, sem pensar no quem. As emoções surgem e elas fazem parte de quem se é. É importante reconhecer que as competências da ICF falam de emoção o tempo todo. Por exemplo, em Estabelece e Mantém Acordos, letra C, “chega a um acordo sobre diretrizes, parâmetros específicos do relacionamento de coaching como logística, honorários, programação, duração e rescisão”.
Nada mais prático, mais transacional, e, ao mesmo tempo, um chamado a trabalhar a emoção do coach. Caso esteja ansioso, inseguro, fechará um contrato pelo dinheiro, sem levar em conta o que precisa. Quem não lida com as próprias emoções, não lidará com as emoções do cliente. Todas as competências tratam das emoções do coach e do cliente. A ICF tem três níveis de credencial. Um ACC pode trabalhar pouco as emoções e mais o plano de ação. Do PCC, espera-se que trabalhe muito mais quem o cliente é, para apenas no final trabalhar o que ele vai fazer. Já o MCC muitas vezes nem fala sobre o que o cliente vai fazer, não há dever de casa. O fazer perde importância frente ao ser, e o ser é importante devido às emoções.