M e minha m e imensa estou a escrever-lhe porque estou sens vel tenho a alma envolta num manto de saudades M e respeito-a porque teve a coragem de me acolher no seu ventre e de me ver nascer e foi dif cil e de me ver crescer o que ainda foi mais dif cil M e h mulheres que sorriem porque est o a ser abra adas pelos filhos a quem quiseram dar vida Porque uma fortaleza que vive com do ura a palavra generosidade a sua bandeira os netos s o os seus amores e o seu orgulho as bisnetas deram-lhe sorrisos Amou o meu pai como s se ama uma vez Eu tinha ci mes quando os via de m o dada Agora percebo como esse amor era nico Esteve sempre presente na minha vida Nas birras na escola no medo dos meus namoros no porta-te bem Nas minhas irrever ncias adolescentes e foram muitas No liceu e na Universidade de Psicologia Ia lanchar comigo de vez em quando e isso era t o saboroso Na minha ida para a Noruega nos meus inter-rails Quando fui m e do primeiro filho quando fui m e do segundo filho Cresci e descansou um pouco Na realidade as m es nunca descansam Digamos que passou a estar menos ansiosa a rir-se dos meus disparates a achar fant stico que eu fosse vertiginosa M e h mulheres que esperam s s que os filhos apare am para o imenso e desejado abra o os filhos n o aparecem e as mulheres secam as l grimas porque o desejo era um sonho Na nossa casa nunca se escondeu nem travou a unicidade de cada um Respeito a sua tristeza quando a vida lhe pregou rasteiras Sim passou por momentos assustadores na doen a do meu pai doen a que o pai ultrapassou Mas quando o meu pai faleceu e tudo aconteceu em segundos a m e n o acreditou Nem eu A morte est t o pr xima da vida m e J perdeu...