Olá, amigos e amigas, da Revista Coaching Brasil.
Chegamos com mais uma edição trazendo um tema mais do que oportuno, não somente no momento em que o mundo ainda vive guerras e disputas de espaços e poder, mas pela enorme questão humana que é a convivência na diversidade.
A coordenação deste dossiê ficou a cargo do querido Ermil-Mihai Diaconescu, romeno, fluente em português, e que já frequenta nossas páginas há um bom tempo. Ermil, com sua grande sensibilidade, montou um time mais do que internacional, trazendo pessoas com grande bagagem de vivência além de suas próprias fronteiras. Fiquei feliz também por ter sido um dos convidados por ele, juntamente com meu grande amigo Juan Honfi para que juntos, contássemos nossas experiências na Alemanha.
Fala-se em versos e prosas sobre as maravilhas da diversidade, que ela traz riquezas de ideias, pensamentos, criatividade e inovação. Tudo verdade. Por outro lado, ela ameaça crenças, costumes, espaços e identidades.
Na prática, Flavia Wahnfried nos ilustra isso de uma forma ímpar, em seu texto, quando, logo no início de seu artigo nos conta uma experiência, quando recém moradora de Londres, ao ouvir de súbito, no metrô a frase: “Você pode se afastar? - Você está invadindo o meu espaço”.
Transitar por outra cultura é gostoso, é rico, é estimulante e revigorante, mas também pode trazer rejeição, medo e afastamento.
Acredito profundamente no campo neutro do ser humano, com uma leve queda para o amor, a empatia, a compaixão e a cooperação. Isso, na prática, quer dizer que o ser humano é uma caixinha de possibilidades. O mesmo ser humano que assiste pela TV a morte de centenas de pessoas por inanição, é o mesmo que movimenta imensos recursos para salvar um grupo de mineiros presos em um desabamento.
A coerência não faz muito parte desta equação.
Fiquemos com as narrativas de experiências ímpares vividas pelos autores deste dossiê, e que elas nos sirvam para ampliarmos nossa compreensão das percepções, motivações, interpretações e ações de pessoas que, apesar de uma identidade cultural diferente, um idioma distinto, hábitos e vínculos diferentes, comungam da mesma vontade de viver em paz, de ver os filhos bem, de ter uma vida boa, de serem felizes.
Mergulhe nesta edição com curiosidade, pois passeará por terras distantes.
Tenha uma excelente leitura.
Luciano Lannes
Editor
Artigo publicado em 01/04/2022