Na década de 50 Abraham Harold Maslow, psicólogo norte americano afirmou: “Precisamos de uma psicologia positiva, que estude a dimensão saudável do indivíduo”. Acrescentava que era inerente ao ser humano vivenciar experiências culminantes e que essas eram positivas, transformadoras; traziam à tona estados de êxtase, alegria, cura, promoviam valores construtivos, contribuindo para melhores seres humanos e uma sociedade melhor.
Experiências culminantes era utilizado para nominar as experiências de união com o todo, místicas, espirituais, de forma a não as enquadrar em uma religião, uma vez que as mesmas independem de adesão a crenças religiosas (Maslow, A.1970).
Desta forma Maslow torna -se o grande responsável por inserir uma nova linguagem conceitual na Psicologia quando foi presidente da APA (American Psychology Association) em 1968 e oficializa a Psicologia Transpessoal em uma reunião com Vitor Frankl, Antony Sutich, James Fadiman e Stanislav Grof.
Esta premissa já havia sido evidenciada por William James (1842-1910) o qual sugeria que a pesquisa sobre a Consciência deveria ser o objeto central da Psicologia. Uma psicologia na qual a espiritualidade lhe é própria; uma fonte genuína de força, poder interior e amor universal.
Indagações me vinham à tona. Como poderia a espiritualidade estar presente no processo de psicoterapia.? Como poderia ser parte ativa nos processos de Coaching?
Em minha prática clínica foram se delineando a perspectiva de que uma abordagem espiritual em psicologia, a qual pudesse abrir um portal no universo sutil do indivíduo, possibilitando um trabalho pessoal ou grupal profundo (Saldanha, V.1999).
Foi sendo gestado um enfoque com distintas aplicações em várias áreas do saber. Assim nasceu a Abordagem Integrativa Transpessoal, objeto de minha tese de doutorado na UNICAMP.
A Abordagem Integrativa Transpessoal (AIT) caracteriza-se como um conhecimento Transdisciplinar na área das ciências humanas (Saldanha, 2008).
Basarab Nicolescu evidencia o transdisciplinar como algo que não está no interior não produzindo nova religião, nem no homem exterior, não gerando nova ciência. Há uma dialética histórica e transhistórica exigindo uma perspectiva transdisciplinar.