Desde Platão com o seu mito da caverna estamos tentando procurar a saída que vai nos libertar das correntes que aprisionam o nosso intelecto e, consequentemente, limitam nossa capacidade de escolha já que um suposto jogo de sombras turva a nossa percepção e nos leva a admitir como realidade ilusões que não aprendemos a questionar.
Nós nascemos a partir de histórias. E nas mais diversas tradições com seus mitos, suas parábolas religiosas, o teatro, as histórias da nossa cultura, da nossa família nos são apresentadas com todo seu universo simbólico. Nós somos parte do sonho de alguém que veio antes de nós, ou do pesadelo deles. Fato é que nascemos mergulhados nessas histórias. Psicanaliticamente poderíamos dizer que nascemos como sujeito a partir dos desejos do Outro. Nas palavras de Kojeve, o desejo que nos constituí “não está separado da história dos desejos desejados”.