O meu primeiro contato com o coaching, no início de 2016, foi um misto de surpresa e decepção. Sempre procurando respostas prontas, me surpreendi ao ouvir do meu facilitador a afirmação de que não eram fatores limitadores: o meu passado, meus erros, minhas frustrações, mas que o conhecimento do coaching estava à minha disposição, se eu quisesse descobrir novos rumos e possibilidades. A linha de largada era ali, e ele me auxiliaria na caminhada. Como eu, que fiquei um longo período de minha vida a frequentar sessões exaustivas de terapia clínica, poderia ter condições de saber qual caminho seguir sem ser guiada? Inimaginável. Com grande medo, concordei, e a cada encontro em sessões abertas, públicas (nada de ambiente controlado), eu era lançada num abismo de questionamentos.
Servidora pública, mãe de dois adolescentes, praticante na fé, relacionamento afetivo excelente, círculo de amizades atuante, o que me faltava? Era um vazio que buscava explicação sem saber como se manifestar. Formação acadêmica relevante, minha atuação profissional estava confortável, mas paralisada, sem mais. À medida que os encontros iam acontecendo, e podiam ser semanais, mensais, não havia hora marcada (entendi futuramente o porquê), começamos a definir estratégias que nem sempre iam ao encontro das necessidades inicialmente manifestadas, mas serviam de facilitadores para abrir portas que estavam cerradas rumo ao desconhecido. Estratégias que eram de imensa importância, pois resgatavam em mim um comportamento muito original e que eu já havia esquecido: prontidão para o desafio. Havia vários desafios lançados, e eu não poderia deixar de cumpri-los. Não eu!