Em sua edição de novembro de 2015, a Revista Harvard Business Brasil publicou, como matéria de capa, a lista do ano de CEOs de melhor desempenho do mundo. Pela primeira vez, desde que a lista foi concebida, e o primeiro ranking publicado na edição janeiro-fevereiro de 2010, a equipe de pesquisa adicionou à medida de resultados financeiros, medidas de desempenho ambiental, social e de governança – ESG, na sigla em inglês. O índice ESG compreende fatores de medida da sustentabilidade e do impacto ético de um investimento em uma companhia ou negócio, e podemos considerar essa nomenclatura como o termo que conhecemos como responsabilidade social.
Entre as questões ambientais (Environmental concerns), podemos elencar fatores como mudanças climáticas, descarte de resíduos perigosos, energia nuclear e sustentabilidade. Entre as questões sociais (Social concerns), estão temas como diversidade, inclusão, direitos humanos (trabalho infantil, escravo), iniciativas em proteção ao consumidor, bem-estar animal (realização de testes de produtos em animais) e investimento em atividades não recomendáveis ou repreensíveis, como tabaco, álcool, pornografia, armamentos, etc. Finalmente, entre as questões de governança corporativa (corporate Governance concerns), estão fatores como estrutura de gerenciamento, relação com empregados (comportamentos e valores), remuneração executiva, entre outros temas.
A atenção dedicada à questão da responsabilidade social por parte dos executivos pode também ser reconhecida no relatório da 19ª edição anual da pesquisa realizada pela Pricewaterhouse Coopers sobre o estado de espírito dos homens de negócios em 83 países, sempre apresentado na véspera da abertura dos encontros do Fórum Econômico Mundial e que contou com a participação de 1.409 executivos em 2015. Segundo notícia publicada em janeiro de 2016 no caderno Mercado da Folha de São Paulo, o relatório diz que “Os executivos-chefes nos contam que seus clientes crescentemente julgarão as companhias com base em como ajudam a sociedade em geral e como são coerentes com seus próprios valores” e “Quase um quarto dos executivos-chefes disse que suas companhias têm mudado o sentido de seu propósito nos últimos três anos, para levar em conta o impacto mais amplo que elas têm sobre a sociedade.”
No papel do CEO, à medida dos resultados financeiros a serem alcançados e à atenção aos fatores componentes do índice ESG, devemos também adicionar a complexidade que as grandes transformações em curso no Mercado conferem ao universo executivo.
O jornal Folha de São Paulo editou um caderno especial Carreira Executiva, também em novembro de 2015, no qual, através de diversos artigos, abordou as transformações que estão ocorrendo no mercado de trabalho.