Maria nos escreve este mês com um caso interessante e provocativo.
Tenho lido esta coluna e agradeço muito pois, por várias vezes, me percebi ampliada com um olhar diferente do meu.
Escrevo à coluna “Um outro olhar” para compartilhar um processo de coaching no qual tive um abandono de processo. Hoje consigo compreender melhor porque, mas mesmo assim ainda quero ampliar mais esta visão. Certo dia, recebi o telefonema de um rapaz que dizia ter sido indicado por um colega coach para mim. Agradeci o contato e pedi que me contasse sua questão. Bem resumidamente, ele era diretor financeiro de uma empresa familiar, tinha o irmão mais velho como diretor executivo e o pai como presidente. Contou-me que o pai o discriminava e que ele não era ouvido, que suas ideias eram preteridas, só o irmão mais velho era ouvido e que o pai “mandava em tudo”. Enfim, contou-me que vivia um imenso conflito familiar e profissional, eles divergiam em tudo, desde a visão da empresa até as pequenas questões cotidianas. Ele disse que já havia tentado outras intervenções para seu desenvolvimento pessoal (curso de liderança de persuasão, além de imersões para autoconhecimento) e que nada havia dado resultado e que desejava fazer coaching para aprender e conseguir convencer o pai e o irmão a serem mais ousados nas decisões da empresa. Aceitei o cliente para um processo por Skype, mas pedi que nos conhecêssemos pessoalmente antes. Ele disse que não tinha como vir à São Paulo e que preferia que iniciássemos por Skype mesmo, pois ele tinha pressa. Diante disto eu aceitei e comecei o processo com ele. Fui percebendo que nossas conversas eram verdadeiros “muros de lamentação”, nas quais ele se limitava a reclamar do pai e do irmão e por mais que eu tentasse conduzir o processo de volta para ele eu não obtinha êxito. Depois das 4 primeiras sessões ele começou a desmarcar e remarcar as sessões e não voltamos mais a nos falar. Eu enviei alguns e-mails e não obtive resposta.
Maria, como você disse que já teve sua compreensão sobre este processo, mas não falou sobre quais foram suas conclusões, eu corro o risco de ser redundante para você, ainda assim vamos lá, para este saboroso desafio que você nos coloca. Primeiramente, obrigada por seu feedback quanto à coluna e obrigada também por compartilhar seu caso conosco.