Fiquei chocado quando minha coa­chee, uma líder da alta gestão de uma grande corporação, me contou que es­tava sendo pressionada a se demitir. Eu havia entendido, a partir de conver­sas com ela e com o seu líder, que está­vamos trabalhando, de forma bem su­cedida, com os principais objetivos es­tabelecidos na sua última avaliação de desempenho. O que nem ela e nem eu sabíamos é que ela não estava geren­ciando competentemente as relações com seus colegas e outros stakehol­ders importantes. Em outras palavras, ela não estava sendo suficientemente política nas suas relações.

Outros coaches profissionais estavam trabalhando com diferentes líderes da equipe de alta gestão da organização, mas devido a questões de confidencia­lidade e falta de conexão entre os co­aches, não havia troca de informações sobre os problemas e temas aborda­dos. Assim, eu não estava a par (e nem a minha coachee) do que estava acon­tecendo em um nível sistêmico.

Como resultado dessa falta de ali­nhamento entre os processos de Coaching, a organização acabou por perder uma gestora comprometida a um alto custo financeiro para o negó­cio (multas de rescisão, custos de re­crutamento/treinamento de um novo profissional e diminuição do desem­penho organizacional). Se, ao invés de coaches profissionais trabalhando com processos individuais de forma fragmentada, fôssemos uma equipe de Coaches de Equipe, teríamos per­cebido e lidado com as questões rela­tivas à dinâmica interpessoal e, possi­velmente, auxiliado nossos coachees a atuarem de forma mais eficaz.

Ao longo dos anos, como supervisor de outros coaches, ouvi muitas histórias semelhantes. E percebi que mui­tos coaches experientes, especializa­dos em Coaching individual, também apreciavam o valor e a riqueza de uma intervenção com a equipe. O que fal­tava era confiança, habilidade ou uma metodologia que pudesse guiá-los nessa abordagem.

Em 2009, conheci Peter Hawkins, Presidente do Bath Consulting Group, e começamos a conver­sar sobre o poder do Coaching de Equipes e a falta de metodologia e referencial teórico claros nessa área. O resultado desse encontro sincrônico foi a criação do primei­ro programa de treinamento em Coaching de Equipes na Inglaterra. Lançamos, naquele mesmo ano, um curso pioneiro com coaches expe­rientes para mapear os princípios fundamentais e identificar as prin­cipais habilidades necessárias a um Coach de Equipes.