Antes de conhecer a Comunicação Não-Violenta – CNV, eu não conseguia me manifestar ao escutar algo que alguém tinha falado e me deixava com raiva. Eu me calava e engolia a raiva. Era a única coisa que eu sabia fazer nesses casos, pois eu tinha receio de, ao me manifestar, perder o controle das minhas emoções e, com isso, até perder a razão, mesmo que eu a tivesse.
Entretanto, ao conhecer a CNV, eu descobri que poderia me manifestar sem correr o risco de perder o controle.
Qual é o segredo disso? O que posso dizer é que não é mágica, mas é um outro jeito de ser e estar na relação com outras pessoas e com você mesma. É uma mudança de paradigma.
A CNV nos convida a humanizar nossa comunicação, estabelecendo conexões autênticas e empáticas com as pessoas. E ela faz isso por meio do que há de mais humano entre todos os seres humanos – um mesmo conjunto de sentimentos e necessidades. É mais fácil eu compreender o outro quando ele fala a partir desses elementos, pois não é necessário explicá-los.
Destaco aqui 5 emoções básicas das quais derivam uma série de sentimentos: alegria, tristeza, raiva, medo, nojo, surpresa – esta última incluída pelo psicólogo Paul Ekman, pioneiro no estudo das emoções.
Na abordagem da CNV, as necessidades estão relacionadas com nosso impulso de vida, elas nos movem na direção da vida e não indicam o que está faltando, mas o que é importante para alguém num dado momento. Como todos os humanos as possuem, elas são compreendidas por todos, sem que seja preciso muita explicação. Por serem humanas e universais, podemos compreender com facilidade quando alguém as expressa.
Para ilustrar, citamos algumas delas: alimento, segurança, reconhecimento, acolhimento, diversão, entre tantas outras.