"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
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Nas costuras do cotidiano, todos nós já nos encontramos aprisionados em roupas gastas pelo tempo e nos trilhos conhecidos que seguimos repetidamente. Nessa dança, que muitas vezes parece coreografada por obrigações e expectativas, sentimos um chamado interior que nos instiga a realizar uma travessia corajosa em direção ao desconhecido, uma convocação para explorar, de coração aberto, a nossa existência escondida sob as camadas da rotina.
É nesta busca que emerge a coragem, o guia silencioso que nos estimula a abandonar o conforto do que nos é familiar e a adentrar o território desconhecido do eu. Ela nos capacita a despir as roupas habituais da complacência e a enfrentar a incerteza com determinação e ao abraçá-la como nossa aliada, começamos a entender que cada passo dado em direção ao desconhecido é um passo em direção à nossa própria expansão. É a chama que queima dentro de nós quando decidimos que é hora de cruzar a fronteira entre o que somos e o que podemos nos tornar.
Nessa jornada cheia de nuances e reviravoltas, é comum fraquejar e algumas vezes, querer desistir. Como podemos então, continuar desenvolvendo essa coragem e mantê-la como uma força constante em nossas vidas?