Como profissionais de desenvolvimento humano em treinamentos, processos de coaching, de mentoring ou mesmo na liderança de times ou como colegas de trabalho tocamos cotidianamente na humanidade das pessoas, às vezes sem nos darmos conta disto, e o fazemos a partir da nossa própria humanidade (às vezes não nos damos conta disto também).
No dia a dia podemos não dar a devida atenção a esta sutileza e responsabilidade que é tocar a humanidade de alguém.
Conheço bem este lugar porque trabalho com desenvolvimento humano desde que me entendo por gente, como educadora física, no início de carreira, fui brindada por oportunidades que me fizeram ainda mais apaixonada por apoiar, humildemente, pessoas em seus caminhos, aprendizados e descobertas.
Hoje muito tempo depois, feita a transição de carreira, reconheço e acolho com gratidão as motivações que me trouxeram às minhas atuais atividades profissionais com especial qualidade para escutar, compreender, me conectar, promover confiança, empatia e interesse genuíno pelas pessoas.
Transformei em meu mantra a célebre frase de Carl Jung: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.
Movida por esta ideia eu me dedico a conhecer sim as múltiplas teorias e técnicas que favoreçam a qualidade do trabalho que ofereço, e sobretudo a qualidade de conexão e vinculação para tornar o ambiente o mais seguro possível para os clientes.
Na tecitura desta teia infinita do aprender, tornei-me mediadora de conflitos, e mal sabia eu do tamanho do mergulho neste mar imenso, era como se, de repente, eu estivesse surfando “as Gigantes de Nazaré”[1].
O caminho agora era descobrir como ser mais efetiva, proficiente e aumentar meus recursos pessoais e instrumentais para lidar com este desafio de ajudar pessoas a terem conversas, por vezes bastante difíceis e em geral envolvidas em um nível de emoções e traumas maiores do que eu estava habituada a lidar.
Decidi então, estudar sobre traumas, mais especificamente, a Experiência Somática SE®[2] (S.E.)
Você sabe, claro.... só para ajudar meus clientes. E...
Quem nunca se inscreveu em um curso para ser um profissional com mais ferramentas e quando chegou lá compreendeu que seria um movimento transformacional muito maior e depois de algum tempo nem lembrava mais o que tinha ido buscar?
E, é exatamente isto que desejo compartilhar com você: como e porque este mergulho me permitiu transformar e ampliar meu trabalho, meu olhar, minha escuta, minha fala, minha compaixão, meu modo de ver e estar no mundo.
Não vou me dedicar às conceituações ou tipificações de traumas porque meus colegas aqui neste dossiê o farão brilhantemente.