Nos últimos 60 anos, os avanços na área da saúde feminina possibilitaram às mulheres novas conquistas no âmbito social e no mercado de trabalho. Graças ao impacto dos anticoncepcionais as mulheres passaram a controlar o momento de decidir pela maternidade, prolongando o tempo e a possibilidade de maior dedicação aos estudos, e acesso a uma carreira profissional. Em apenas três décadas a realidade da mulher na busca de sua realização profissional mudou muito. Como adequar o “timing” entre ser uma profissional bem-sucedida e ser mãe?
Essa jovem executiva de hoje, que entrou para o mercado de trabalho em condição de igualdade com os homens, teve necessidade de um longo tempo nos bancos das universidades, para chegar aos postos que ocupa. A decisão para uma carreira vitoriosa deixa, muitas vezes, de lado a vida pessoal, afetiva e o projeto de ser mãe.
Hoje, os profissionais de Recursos Humanos de muitas empresas estão se deparando com estas jovens executivas que vivem o dilema entre o desejo de maternidade, o envelhecimento ovariano e o progresso na carreira. Estas profissionais precisam ter conhecimento sobre idade e a preservação da fertilidade através de palestras, artigos e comunicação interna, assim poderão diminuir a ansiedade e ampliar o discernimento para optar por qual o melhor momento para dar o passo para a maternidade. Como sei? Porque escuto estas jovens mulheres em meu consultório e elas chegam cheias de dúvidas e conflitos.
Temos um mundo novo e os óvulos não esperam o tempo que queremos, eles têm o tempo da natureza. Novos casais se encontram frente o desafio de optar entre família e o trabalho. Algumas mulheres não encontram a oportunidade de terem o segundo filho em função das carreiras. A partir dos 35 anos de idade, a mulher tem sua reserva ovariana em declínio e sabemos que ela ficará cada vez mais escassa. A partir desse período, os óvulos começam a diminuir em quantidade e qualidade, havendo um prejuízo enorme mês a mês na disponibilidade e saúde dos óvulos.