A baixa, ou inexistente, reserva financeira da população brasileira reforça o fato de que muitos ainda acreditam que viverão bem com o INSS ou ainda conseguirão ter uma boa renda laboral depois dos 60 ou 70 anos. Pode parecer um pouco injusto dizer isto, pois muitos ainda dizem o contrário: sabem que não podem contar com o INSS e observam, através da realidade dos pais e avós, que não conseguirão trabalhar por muito tempo.
Mas por que então, sabendo que nem o INSS nem seus braços e pernas serão capazes de sustentar uma vida longeva, o brasileiro ainda não tem a prática de poupar rigorosamente todos os meses? Cultura, ignorância, otimismo, medo, fuga, fé. Dentro de cada resposta com certeza viria várias desculpas. E todos os obstáculos para este hábito de poupar seriam apresentados como insuperáveis, impossíveis de resolver sem ajudas externas.
Sinto em dizer que, se o brasileiro não assumir esta responsabilidade, não será o governo ou empresários que assumirão. Encarar isso é muitas vezes doloroso e nos faz procrastinar. Nos faz ainda buscar desculpas e culpados. Mas esta busca não nos levará à solução. Pelo contrário, só nos levará a prolongar ainda mais o processo que deveria ter iniciado ontem.
Apesar de parecer doloroso assumir esta responsabilidade, ela é simples e objetiva. Longe de ter uma fórmula mágica ou mirabolante que precisa ser seguida para poupar. Mas a boa notícia é que, com apenas duas atitudes é possível dar um passo importante para reservar não só para o futuro, mas também viver bem até lá: