Já vou me adiantando aqui para dizer que este artigo tem mais perguntas que respostas, pois é ali, no não saber a resposta, que brota nossa curiosidade e vontade de saber mais, de experimentar. Espero aqui trazer uma boa oportunidade para explorar o território do sistêmico e complexo através do Codesenvolvimento.
Antes de mergulhar nos aspectos sistêmicos-complexos do Codesenvolvimento, carinhosamente chamado de Codev, gostaria de apresentar os contornos do que é o "sistêmico" e do que é "complexo". Em bem poucas palavras, sistêmico quer dizer relacional e complexo quer dizer imprevisível. Conhece esse mundo em que as relações são dinâmicas e os contextos se alteram, às vezes, de forma imprevisível?
Nesse mundo em constante mudança, já percebemos que as soluções de primeira ordem (resolver problemas de forma direta) não nos ajudam a lidar com situações sistêmico-complexas. Uma solução de primeira ordem seria algo do tipo: o pneu fura e a solução é a troca do pneu. Muitas situações que enfrentamos no dia a dia organizacional não podem ser resolvidas dessa forma. Elas pedem uma solução de segunda ordem (entender os padrões em que operamos e porque estão atuando e entender o que é preciso mudar para quebrar o ciclo do padrão). Qual melhor estratégia para ir a mercado? Como reter talentos? Como manter uma cultura saudável? Como lidar com as emoções das pessoas? Como dar feedback em tempos de pandemia?
As respostas não estão em nenhum ponto específico e não são únicas, ou seja, muitas vezes não temos um pneu a trocar. Precisamos buscar essas respostas e decisões aprendendo a ler o contexto mais amplo. É na pluralidade de posições e pontos de vista, de experiências que podem nascer estratégias com maiores chances de resolver que criar novos problemas. Problemas sistêmicos precisam de soluções sistêmicas, ou seja, em colaboração.