“As ideias têm poder. O insight de muitos dos grandes pensadores e escritores, ao longo dos séculos, ajuda-nos ... a descobrir caminhos importantes à medida que vamos atravessando a nossa existência.”
Irvin D. Yalom
Ao longo dos anos nós, os coaches, preparamo-nos constantemente para servir os clientes da melhor maneira possível. Seminários, formações, mentoria, supervisão, tudo na tentativa de honrá-los, de sermos a nossa melhor versão possível, de integrarmos as competências de coaching, de vivê-las. Para, durante o processo de coaching, sentirmos, vermos e ouvirmos, com a nossa atenção dirigida para o cliente e não para o processo ou para as competências necessárias naquele momento.
Mas como é que podemos aprender as competências de coaching (tornando-as parte do nosso ser) de tal modo? E, mais, como é possível alcançar este objetivo tendo em conta o caráter abstrato, às vezes, das competências?
É com as emoções e com o significado pessoal que aprendemos de maneira profunda. E aí a literatura pode dar-nos uma mão para podermos tornar o coaching num modo de vida, não apenas uma profissão. As analogias, as metáforas, as histórias ajudam muito não só a perceber as competências, mas também a senti-las. Porque o papel do escritor é exatamente esse: despertar em nós emoções, oferecer-nos um significado pessoal.
Uma das competências essenciais de coaching é a Presença. Na poesia de Alberto Caeiro, o poeta da Natureza, descobrimos que para percebermos a realidade é preciso estarmos presentes. Presentes não só em momento, mas também em realidade:
"Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado