Cada um de nós está e não é escultor ou escultura. Esta é uma escolha que muitos têm, pois nós estamos e não somos escultores ou esculturas. Muitos podem decidir por uma ou por outra, e, como em toda escolha, arcar com as consequências, e descobrir os caminhos e as possibilidades que podemos ter. Cabe destacar que muitos idosos não podem fazer essa escolha.
Ser escultor significa ter o controle de grande parte de nossas vidas (mesmo querendo, nós não podemos controlar tudo). Ser escultor está ligado ao eu quero, a ter consciência de nossas possibilidades e de nossas limitações, de agir a partir de nossas decisões e não das decisões de outros. Por outro lado, ser escultura significa que outros, pessoas ou instituições, controlam grande parte de nossas vidas, e está ligado ao “tem que”. É claro que na segunda metade da vida, podemos ser muito mais escultores que esculturas, podemos ter muito mais “eu quero” do que “tem que”. Mas, o “tem que” não desaparece totalmente de nossas vidas, pois algumas regras “tem que” ser obedecidas, caso contrário a vida em sociedade vira um caos. Por exemplo, ao semáforo vermelho precisamos parar o nosso carro, uma vez por ano precisamos preencher nossa declaração de imposto de renda, precisamos tomar água mesmo que não tenhamos sede, e outras tantas coisas. Mas muitos outros “tem que” podem e devem ser deixados de lado.